28 de dez. de 2008

O oco de mim


Preciso de um pano, uma capa, um plano...
Quero algo que me esconda, me encubra de minhas idéias; elas me seguem, perseguem meus passos, olhares, que será que pensam minhas idéias?
O quarto se tornou úmido, pequeno; de ar abafado e aspecto horrendo.
Procuro uma luz, e elas me seguem, sim estão me perseguindo.
Os objetos estão assustadoramente colocados ao mesmo lugar de antes.
As sombras aumentam, abajures, cabides, porta-retratos com olhares sóbrios, sérios, me encaram em busca de algo. Não sei o que é.
Tento não pensar nisso, tento não pensar em nada, passo os olhos neste cenário horripilante.
Sinto asco, abafado, me falta ar. Me aproximo da janela tentando erguer o corpo em vão. Nem mesmo um músculo se mexe, apenas a sombra de minha silhueta estática.
Me acomodo entre as almofadas que me engolem lentamente. Sinto-me pequena, estou diminuindo no universo, escorro em suor e desespero, abro lentamente a boca e grito.
Grito silenciosamente a meia luz, perseguida por sonhos, sombras, memórias de algo que ainda não aconteceu. Um rompante em meu peito, o telefone toca estrondosamente, não atendo, não ouço nada , estou no eco do universo, no oco de meu ser.
Tentei vestir, encobrir, disfarçar meu silencio me pintando de alegria.
Em vão, em vão...
Apenas o aumento da agonia, meu reflexo distorcido, busca saída da tormenta, e nesta câmara desesperada esvaio todo meu ser, buscando ser acalentada, amparada destas idéias sórdidas, cigarros e canecas vazias.

22 de dez. de 2008

Primavera!



Criançada que joga bola na rua, chupar picolé
Borboletas, lagartinhas,
Abelha que voa no refrigerante
Ai! Furei o dedo no espinho de uma rosa, elas estão todas abrindo.

Asfalto fresco, cachorro dormindo na calçada
Arco-íris na janela... banho de mangueira.
Ando sem chinelos, converso no portão

Assistir tv de porta aberta, andar de bicicleta.
Garoa fininha, que delícia!

É quando agente faz tudo, tudo que pode ser feito
Mais agora é mais gostoso, há folhas verdes chacoalhando no vento
Todas elas tilintando, anunciando...

Eis que chega a primavera.

23 de jul. de 2008

Grafite - Vila Madalena - Beco do Batman


A arte do grafite é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. A definição mais popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes, dessa maneira temos relatos e vestígios do mesmo desde o Império Romano. Seu aparecimento na idade contemporânea se deu na década de 1970, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Alguns jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade, algum tempo depois essas marcas evoluíram com técnicas e desenhos.
O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip Hop. Para esse movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive, principalmente os menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas.
O grafite foi introduzido no Brasil no final da década de 1970, em São Paulo. Os brasileiros por sua vez não se contentaram com o grafite norte-americano, então começaram a incrementar a arte com um toque brasileiro, o estilo do grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores de todo o mundo.
Muitas polêmicas giram em torno desse movimento artístico, pois de um lado o grafite é desempenhado com qualidade artística, e do outro não passa de poluição visual e vandalismo. A pichação ou vandalismo é caracterizado pelo ato de escrever em muros, edifícios, monumentos e vias públicas. Os materiais utilizados pelos grafiteiros vão desde tradicionais latas de spray até o látex.


Na rua João Moura, sob o viaduto Sumaré, há um grande bicho da artista plástica Fefê Talavera, habituada a criar monstros tipográficos. O ápice da visita é a rua Gonçalo Afonso. "O destaque do bairro é o Beco do Batman, que está em uma de suas melhores fases e com novos trabalhos", indica o galerista Baixo Ribeiro.

Por distintos destinos de Pinheiros, é possível encontrar pinturas de John Howard (lendário norte-americano, hoje com 70 anos, um dos pioneiros no Brasil), argentinos, ingleses e outros estrangeiros que fazem turismo artístico na capital paulista.

Outro ponto obrigatório é percorrer a rua Cardeal Arcoverde, onde existem pinturas de osgemeos, Ise e Não colorindo a grande escadaria que leva à rua Cristiano Viana. Vale a pena terminar o percurso no Sesc Pinheiros, onde há um painel do italiano Blu, um dos artistas presentes na fachada da Tate Modern.
Grafiteiro/writter: o artista que pinta.
• Bite: imitar o estilo de outro grafiteiro.
Crew: é um conjunto de grafiteiros que se reúnem para pintar juntos.
Tag: é assinatura de grafiteiro.
Toy: é o grafiteiro iniciante.
Spot: lugar onde é praticada a arte do grafitismo.

Sou Totalmente a favor da arte do grafite, que além de dar alegria e personalidade a ruas e fachadas; ainda inibe a pixação (este sim, ato de vandalismo).
Se as ruas e construções fossem decoradas com este estilo urbanizado e despojado, além de termos uma cidade mais interessante, com certeza teríamos menores aborrecimentos.

Conheci e me matriculei num curso muito bacana de Grafitti em uma das oficinas do Tendal da Lapa.


24 de abr. de 2008

Venenos...

"O bom veneno é amargo e os melhores vem em pequenos frascos.
O bom veneno é rasgante, somente queima seus dentes virgens.
O bom veneno deve ser assim e eu te peço: serve uma dose dessas para mim.
Pois o começo é sempre ligado ao fim, de algo bom ou de algo ruim.
E o meu fim será teu suplício, pra eu poder voltar ao início.
O bom veneno tras a morte certa sem deixar rastro, sem deixar provas.
O bom veneno é um drink, se faz um brinde e se comemora."

(Nina Becker - O Bom Veneno)

9 de abr. de 2008

Bumba meu boi - Morro do querosene

Oba!!!

Eis Aqui mais uma festa de diversão paulista e barata. rs

A tradicional festa do boi no Morro do Querosene acontece este sábado. Será celebrado neste sábado de aleluia o nascmento do boi (bumba meu boi).
A festa é sempre muito cheia de gente bonita e diferente, danças como o caboclinho, umbigada, coco além de música regional, fantasias e apresentações do grupo de Tião Carvalho (o líder da bagunça).
Nesta edição, a festa contará com a equipe de som Dubversão, que se dedica ao som Jamaicano.
Será festão desta vez. Comidinha, gente bonita, música boa, e arte e cultura brasileira.

Informações:

Onde: Praça do Boi, no Morro do Querosene - Butantã.
Quando: Sábado 11/04.
Quanto: de "gratiiis" (paga comidinhas e bebidinhas).

Horário: começa as 12hs
Contatos: Tião (9771-9672), José Marcos (8101-3792), Beto (9945-2312), Lu (8249-8365)

17 de fev. de 2008

EU QUERIA TER UMA BOMBA - CAZUZA

Solidão a dois de dia
Faz calor, depois faz frio
Você diz "já foi" e eu concordo contigo
Você sai de perto, eu penso em suicídio
Mas no fundo eu nem ligo

Você sempre volta com as mesmas notícias
Eu queria ter uma bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder me livrar
Do prático efeito
Das tuas frases feitas
Das tuas noites perfeitas


Solidão a dois de dia
Faz calor, depois faz frio
Você diz "já foi" e eu concordo contigo
Você sai de perto eu penso em homicídio
Mas no fundo eu nem ligo

Você sempre volta com as mesmas notícias
Eu queria ter uma bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder te negar
Bem no último instante

Meu mundo que você não vê
Meu sonho que você não crê